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terça-feira, 12 de julho de 2011

Eles se gostavam, mas terminaram tudo antes de se detestarem!???!!

!Quantas vezes não lemos isso por aí, de relacionamentos em que as pessoas se respeitam, se gostam, mas a coisa parece não andar direito, ou pelo menos parece que um anda pra direita e outro pra esquerda?
Pois achei um blog, com algumas respostas bem interessantes, aquele lance de:- eu pensava isso, mas nunca havia articulado...sabe como é?
Quem deu a resposta, a pedido da parte interessada, foi o Fabricio Carpinejar, um escritor daqui do RS.Que esteve  estes dias no Jô Soares, mas achei fraca demais a entrevista, pro tanto que o Fabricio é inteligente e articulado e escritor muitíssimo bom.
.Achei que o Jô quiz que todas as perguntas feitas, fossem respondidas com  textos já escritos.Não gostei.pq como fã dele, os textos eu ja conhecia, o que eu queria saber, era o que ele pensava a respeito de outras coisas, como acontece em muitas entrevistas.
Mas vamos  então ao lance acima,(caso queira ler tudo, clica aqui):

PERGUNTA:
Fabrício!

Adoro tudo que tu escreve. É como se tu conseguisse descrever tudo que as pessoas sentem, acho fantástico.

Bem, pensei que receber um conselho teu também seria algo muito bom.

Recenteente, eu e meu namorado terminamos um namoro de quase dois anos. Os dois terminaram juntos, quer dizer, concordamos no contrato final. Mas com um detalhe: os dois admitiram um pro outro que ainda tínhamos imenso carinho e que sentiríamos saudades. Ele, abraçado em mim e chorando, pediu desculpas por ter estragado tudo e as coisas não terem dado certo. Eu, chorando, brinquei que daqui a cinco anos, quando estaríamos ricos, iríamos nos reencontrar. Chegamos à conclusão de que combinamos, somos as melhores pessoas que conhecemos até agora, mas no meio do caminho perdemos a sintonia e o melhor era acabar antes que nos odiássemos.

Coisa estranha né? Mas concordo completamente. Acho ele fantástico, mas no momento não estamos na mesma vibe. Ele mudou pra um lado e eu para outro.

Muito estranho. Como duas pessoas se gostam mais do que amigos e menos do que amantes? A gente não pode adivinhar nada mesmo né? O mais irônico é que talvez todo esse nosso choro junto (uma digna cena de filme) pode ser esquecido daqui umas semanas.

Qual a tua opinião, então, sobre pares perfeitos? Os amores são mesmo assim, tão inconstantes? Existe tanta gente que se encaixa com a gente no mundo a ponto de simplesmente levantarmos, sacudirmos a poeira e esperar por mais uma? Ou será que existe uma remota chance de eu viver um conto de fadas e encontrá-lo novamente?

Eu não gosto de ficar medindo as coisas e analisando tudo. As coisas simplesmente acontecem. Mas este caso me fez pensar muito nas pessoas, suas variações de personalidade e como elas se alteram durante toda a vida. Me fez pensar que encontrar alguém que esteja em sintonia com a gente é extremamente difícil. Que achas?

Beijo
Cecília”


RESPOSTA:
Querida Cecília

Eu fico intrigado com a separação amigável. É a que mais machuca na verdade. Porque não há catarse, explosão, exorcismo. É um acordo contido, vizinho de porta da indiferença. Aceitam que não deram certo e tomam caminhos contrários. Ajudam inclusive na mudança. Não se importam muito em perder o futuro a ponto de jorrar culpa e maldizer os bons modos. Quer algo mais irritante do que alguém educado numa despedida? A vontade é chacoalhar os ossos do vivente. Que seja cínico, nunca educado.

Chorar não significa remorso, a gente chora para atacar, para constranger, é uma violência, não há nenhum lamento.

Não concordo com sua teoria que é melhor acabar antes do ódio. Eu somente acabo quando odeio e ainda assim devoro todas as sobras, testo a paciência. Não deixo nada no prato, raspo com a faca. Odiar é uma rara chance de reconciliação. Vocês não foram nem capazes de se odiar, que amor é esse?

O que pode ter acontecido é um acúmulo de respeito. Vocês se respeitavam excessivamente que se anularam. Não discordavam mais, não se provocavam mais. Concordavam em tudo. Mergulharam numa amizade assexuada, previsível, certa como um expediente. Vocês não mudaram, enjoaram da representação. A cordialidade também tem um limite. Por vezes, reprimimos o nosso temperamento para agradar, chega uma hora em que o sim é um hábito e não nos deslumbramos com as diferenças. Quando não aparece a conta mensalmente, é certo que virá o despejo.

O amor não é para os equilibrados. Não somos feitos para nos encaixar, mas para arrebentar as caixas. Mesmo quando não tenho razão, eu teimo. Até para que minha namorada desenvolva melhor seus argumentos.

Seduzir é cutucar, esbarrar, encher o saco, expor as fantasias, ensaiar aproximações novas, não desistir da personalidade, contrariar as expectativas, fazer drama para despencar na comédia. A tara pede exclusividade. O sexo depende do conflito.

Ser a melhor pessoa é uma ofensa para mim, desejo ser a pessoa predileta, a pessoa necessária.

Em todo conto de fadas, existe uma bruxa. Não é possível expurgá-la do nosso cotidiano. Se o encontro fosse para amanhã, tudo bem, mas cinco anos é o mesmo que planejar a aposentadoria.

Beijo
Fabro

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